O MAR VEIO ATÉ MEU CORAÇÃO
Imagem de pesca guineense - de: os 2 pilares da criação |
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Após tantos meses, tempos e distâncias
Virgem de ir ter com o mar numa olhadela
Os rios decidiram enviar o oceano
E este no invisível motim de suas ondas
Mandou o mar visitar-me e ter comigo
O mar veio até meu coração abraçar-me
Suas águas eram fortes e são amargas
Águas dum verão na plena primavera
Águas decorridas, porém que se reecoam
Águas do mar da minha terra, Guiné
Ah! Saudades do tempo das praias
Areias mui brancacentes¹ e lamprantes²
Onde as águas azuis da nossa vida
Naqueles tempos visitavam as marés da vida
Pena - a trilha hoje tumultua o coração
A alma faz da boa lembrança boa um guarda-chuva
Encobre sob mantas de fé seus medos
Enquanto as águas do mar dançam intactas
O meu peito palpita fitando só o Quilimanjaro
Porque seus ventos exalam sinfonias de consolo
O mar é a avenida inesquecível da vida
Se na vinda por ela não passares, na volta não escapas
O mar conhece-nos, dá-nos peixes quando o pescamos
O mar é este rio que desce dos meus olhos
Fluindo até o Setembro das esperanças
Delo Belo
(In Ana Isabel I)
¹brancancentes -criou. branco demais;
²lamprantes - criou. brilhantes
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