caçarei um rato antes de ir!

e não é que
ela
me intimou a caçar
um ratozinho
bem pequenininho
logo eu
que vim de lá
mui distante
e não conheço ratos!

coitado
pobrezinho do ratozinho
sem família visível
nem conhecida
de língua indecifrável
entre os loucos
que se gabam de homens
mas dragões imortais
que sugam nossos séculos

querem matar-te
amiguinho incógnito
e indizível
mas só e só
por ainda.
eles mesmos matam-se
por isso
explodir-te almejam
rato sem teto
rato sem tato

eu
que nem sei da tua era
não me posiciono
no patamar deles
- não te caçarei
- não te matarei
- quero amigar-te
tu e tua banda
seu anãozinho

eu recomendo-te
a ficares escondidinho
pois alguém
apesar de inocente-mente
tem medo do teu desfilar
e almeja teu desfolegar

e se um dia quiser aparecer
apareça a mim
na minha casa
na minha lagoa
na minha terrazinha
queridinha e sozinha
esquecidinha e angustiada
mas cheia de amor para dar
a um órfão ratozinho
sem nome

eu
que quero amigo ser
da tua fama
eu
que lavro a tua história
levar-te-ia comigo
se não fosse a maldita lei
anti-roedora

chega-te ao meu junto
amiguinho ratinho
tenho versos para enfeitar-te
a alma - as patinhas  e o coração
e poupar-te a [dura] vida
que não te soprei!

Delo / Carol
2010

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